A adoção da inteligência artificial no mercado financeiro brasileiro já impacta diretamente a maneira como bancos e fintechs operam, tomam decisões e oferecem serviços. Dados da Cinnecta mostram que 50% das instituições utilizam IA nos processos de análise e concessão de crédito, estratégia que traz agilidade, precisão e redução da inadimplência.
Além do crédito, segurança digital se tornou prioridade. Levantamento da Topaz, em parceria com a Celent, revela que 52% dos líderes do setor planejam ampliar o uso de IA para prevenir fraudes. A aplicação de algoritmos na detecção de comportamentos suspeitos fortalece os mecanismos de proteção dos sistemas financeiros.
Ariel Salles, vice-presidente de Tecnologia do Grupo Avivatec, avalia que a transformação atual reflete um novo estágio de maturidade. “Estamos vendo a IA deixar de ser uma aposta de inovação para se tornar uma ferramenta central na tomada de decisões. Ela está transformando desde a análise de crédito até a prevenção de fraudes, além de permitir que as instituições criem jornadas mais inteligentes e personalizadas para seus clientes. O que antes era um diferencial, hoje é fator de sobrevivência e competitividade”, afirma.
A percepção dos executivos acompanha a mudança estrutural. A 27ª edição da Global CEO Survey da PwC aponta que 74% dos CEOs do setor financeiro no Brasil consideram a IA generativa essencial para aprimorar produtos, serviços e operações.
O avanço não se restringe a crédito ou segurança. A inteligência artificial também remodela atendimento. Segundo a pesquisa Febraban Tecnologia Bancária 2024, 71% dos bancos utilizam chatbots ou assistentes virtuais para melhorar interação com clientes, liberando equipes para atividades mais estratégicas.
O impacto se estende às empresas de menor porte. Dados da Microsoft mostram que 75% das micro, pequenas e médias organizações estão otimistas sobre os efeitos da IA em seus negócios. O mesmo estudo revela que 77% dos tomadores de decisão percebem aceleração nos processos operacionais, enquanto 70% relatam aumento na satisfação dos clientes.
As aplicações vão além de automação. Ferramentas baseadas em machine learning permitem detectar padrões irregulares, antecipar riscos e garantir aderência às normas. Sistemas de IA auxiliam também na conformidade regulatória, fortalecendo práticas de governança e mitigando falhas em auditorias.
O uso de modelos preditivos contribui para decisões em tempo real. Esses recursos são aplicados na avaliação de investimentos, desenvolvimento de produtos financeiros e gerenciamento de riscos. A agilidade proporcionada permite responder rapidamente às oscilações do mercado.
Outra frente de transformação envolve o desenvolvimento de soluções personalizadas. A IA permite que bancos e fintechs ajustem produtos de acordo com perfis específicos de clientes, otimizando ofertas e reduzindo custos.
A segurança cibernética, cada vez mais pressionada por ataques sofisticados, também se beneficia. Algoritmos analisam grandes volumes de dados e conseguem detectar ameaças em estágios iniciais, reduzindo prejuízos e fortalecendo barreiras contra invasões.
A combinação de inteligência artificial e análise de dados amplia a capacidade das instituições de mapear tendências, antecipar comportamentos e adaptar estratégias. A adoção de IA passa, portanto, a ser não apenas uma decisão tecnológica, mas também uma exigência competitiva.
No campo da eficiência, a automação de tarefas manuais, aliada à IA, melhora produtividade, reduz erros e permite que recursos humanos sejam direcionados a funções de maior valor agregado. Isso gera ganhos operacionais e melhora os indicadores financeiros das instituições.
O cenário sinaliza que o setor financeiro caminha para um modelo cada vez mais orientado por dados, com IA no centro das operações. A capacidade de integrar informações, analisar cenários e gerar insights em tempo real se torna fator determinante para sustentabilidade e crescimento.
“A inteligência artificial está redefinindo os limites do mercado financeiro. Ela permite decisões mais rápidas, precisas e baseadas em dados, fazendo com que as instituições estejam sempre à frente das mudanças e criem valor real para seus clientes e negócios”, conclui Ariel Salles.
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!